O processo de financeirização emerge das transformações ocorridas após o fim da Segunda Guerra Mundial e é entendido a partir do aumento da importância da esfera financeira de valorização, bem como do crescimento dos circuitos financeiros internacionais em relação ao restante da economia. Se mostrou como resultado do desenvolvimento das forças e relações sociais de produção, levando a mudanças legais e institucionais que representaram transformações estruturais e sistêmicas na economia capitalista e no conjunto da vida social. Uma análise desde um menor nível de abstração, como proposto pela Teoria Marxista da Dependência, e dentro dela o de padrão de reprodução do capital, deve considerar a inserção diferenciada da periferia no capitalismo financeirizado e seus efeitos particulares. Para tanto, adentraremos na proposta da categoria do padrão de reprodução do capital feita por Ruy Mauro Marini e levada à frente por Jaime Osorio, que engloba os ciclos do capital e seu processo reprodutivo em contextos geo-históricos específicos, para estabelecer um diálogo que referencie esta categoria com as mudanças do capitalismo contemporâneo. Assim, observamos elementos que se localizam, sobretudo, nas esferas de circulação do ciclo do capital e que engendram uma nova dinâmica de valorização financeira e fictícia do capital. O que justifica um prosseguimento e aprofundamento da proposta de Jaime Osório, que inclua as novas capilaridades do capitalismo financeirizado e de um novo anel no espiral da dependência.
Título
Padrão de reprodução do capital no capitalismo dependente e financeirizado
Autor
Raposo, Bruna Ferras
Ano de Publicação
1 de janeiro de 2018
Tipo de Material (detalhado)
Dissertação de mestrado defendida no Programa de pós-graduação em Economia da UFU sob orientação do professor Niemeyer Filho