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Entendendo agência dentro da dependência sistêmica : Antônio Gramsci e Ruy Mauro Marini conversam
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Metadados
Título
Entendendo agência dentro da dependência sistêmica : Antônio Gramsci e Ruy Mauro Marini conversam
Autor
MELLO, Rafael Alexandre Moreira
Descrição / Abstract
Esta tese tem como objetivo a articulação entre a Teoria Marxista da Dependência (TMD) e a Teoria Crítica Gramsciana (TCG) no âmbito das Relações Internacionais em busca de uma síntese teórica para analisar a agência do Estado dependente conceituado como potência emergente. A hipótese principal é a de que as categorias da TMD que se referem às relações de forças econômicas, juntamente com os conceitos da TCG no âmbito das relações de poder político, fornecerão um poder explicativo mais robusto à análise dos caminhos trilhados por tais potências médias. Para tal empreendimento, desenvolve-se um diálogo historicizado entre os teóricos Antônio Gramsci e Ruy Mauro Marini para a construção dessa articulação. O trabalho parte da premissa-base de que a articulação entre os quadros analíticos requer uma compreensão mais robusta dos ritmos de pensamento de seus interlocutores. Com o fim da articulação, a tese está composta por duas partes que reúnem cinco capítulos, mais a introdução e a conclusão. A primeira parte contextualiza as perspectivas teóricas de Gramsci e Marini dentro de um debate da história e da política do conhecimento. O primeiro capítulo questiona o porquê de sermos levados a uma leitura e uma interpretação errôneas de ambos. O segundo adentra nas imposições e constrangimentos intelectuais postos pelo empirismo ou modo de pensar positivista e contextualiza essa questão dentro de uma discussão metateórica mais ampla e que traz importantes categorias metacientíficas. A segunda parte objetiva a construção do diálogo entre ambos, apoiado na história e política do conhecimento desenvolvido anteriormente, e busca apontar as consonâncias e dissonâncias que delimitariam e formariam a articulação. O terceiro capítulo inicia o diálogo priorizando as motivações políticas e intelectuais dos teóricos como base de seus ritmos de pensamento, conectando o nível político e o intelectual por meio da preocupação da relação entre agência e estrutura. O quarto leva o diálogo para o nível analítico de seus respectivos quadros teóricos, primeiro em um marco mais abstrato para, em seguida, adentrar nas especificidades do mundo subdesenvolvido e periférico. O quinto e último capítulo, por sua vez, aprofunda o debate ao focar nas categorias tidas como as mais relevantes para se pensar e analisar a agência de potências emergentes entre a dependência, o subimperialismo, e a revolução, a saber: as guerras de posição e movimento; consenso, coerção e cesarismo; e a “hegemonia restrita e dependente”. Apresenta-se, assim, elementos para uma análise do Estado brasileiro durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) e os governos posteriores de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022). O objetivo é apresentar pontos de aterrissagem da síntese em potencial, mirando a agência do Estado brasileiro no sistema global e observando (a) a tentativa de construção de um bloco histórico regional durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), (b) o esvaziamento posterior desse bloco histórico regional e (c) as tentativas de novas construções durante os governos Temer e Bolsonaro. Com isso, pode-se analisar o papel dos governos do PT no desenrolar dos governos ultraliberais e reacionários dos governos posteriores.
Palavras-chave ou temas
Articulação Teórica | Dependência | Potências Médias | Revolução Passiva | Subimperialismo
Local de Publicação
Brasília
Número de Páginas
224
Ano2
2024